De 2 a galo como chega? Em pouco tempo, como vicia como cega Ela era bom pô, vendeu ate o antigo Sega Então junto tudo, compra daquela que segrega De 3 a 4 vezes por semana Geladeira vazia, cinzas de cigarro pela cama Derrama, derrama, em jogo a amizade, quem o ama Não empresta mais grana E ninguém sabe como essa doença foi pegar Se é de dentro pra fora, se foi dentro do bar Só tô narrando mermo quem sou eu pra julgar Porque amanha só deus sabe qual será meu lugar Separação, problemas com familiares, más companhias Solidão, curiosidade Várias histórias, várias idades Cadê aquele cara, hoje te vemos mas temos saudade Ainda assim alguns te busca Agora o que era onda já se transformou em luta É sempre rua escura, silêncio e porta trancada O cigarro queimando e no copo outra pedrada Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada Voltamos a era das pedras O vapor gritou: tem verde tem branca e tem amarela Meus olhos se enfeitiçaram logo naquela Dourada que deu pra comprar com algumas moedas Cresci no morro da pedreira, meu pai era pedreiro Nós com carrinho de mão, puxando brita na favela A tia de lá gritou, um polícia atirou Caiu um corpo no tijolo e o sangue sobre a terra Era o início da tragédia, nós no meio da miséria O que eu fiz com a minha velha vocês nem fazem ideia Nós rins ela tinha pedra, doente e diabética E ainda tinha um filho merda que roubava a bolsa dela Pedindo ajuda no trem mostrando a receita médica Próximo a Seropédica, Deus foi e levou ela Quando eu cheguei no barraco já tinha até enterrado Eu tava 2 dias virado na rua fumando pedra Sem dinheiro pro aluguel eu fui morar com tia Neia Sempre fazia uma média e prometia que ia mudar Ela saia cedinho pra trabalhar de doméstica Eu peguei a panela elétrica e vendi pra ir fumar Ela chegou do trabalho disse que ia cozinhar Que ia fazer um arroz pra gente ir poder jantar Começou a procurar a panela, a panela não tava lá Olhou pra mim e entendeu tudo e começou me esculachar Eu já na noia da droga não sabia oque falar Empurrei ela com força com a cabeça no sofá Ela sangrando no chão já começou a chorar Mandou eu sumir do morrão antes do meu primo chegar Os vizinho ouvindo os grito também começou a gritar Passaram o rádio na boca e começaram a me caçar Avisaram a tropa toda o primeiro que me encontrar Pra me levar até o patrão pra gente ir desenrolar Fui na casa do meu cunhado ele não deixou eu entrar Corri pra dentro da mata pra eles não me matar Quando cheguei no meio do mato já tava os caixa baixa Com madeira, umas pedras e muita cara de raiva Enquanto eles me espancava o diabo observava Enquanto eles me espancava, ele dava gargalhada Só lembro de lá no fundo eu ouvir umas palavras Quem não tiver pecado atire a primeira Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada Pedrada, pedrada, pedrada, pedrada