O fado, jб diz Fernando Pessoa Nгo й canзгo mб nem boa Nгo й alegre nem triste Nгo й de Coimbra ou Lisboa Й um ser estranho, uma pausa Que a alma portuguesa deu ao mar Quando tudo desejava Sem forзa para desejar (Refrгo) Toda a canзгo й um poema ajudado Que diz o que a alma nгo tem E a isso nгo escapa o fado Que й um poema ajudado tambйm O fado й fadiga duma alma forte Й uma espйcie de olhar Que viu o sorriso da morte Nos brancos espelhos do mar Й um olhar quase de desprezo A um Deus que desertou Quando mais Dele precisava Quem duvidar nunca ousou (Refrгo) No fado todos os Deuses se juntam A cantar lб nas alturas Trazidos pelos avуs Na poeira das lonjuras E esses Deuses estгo em nуs Espalham-se pela mesa Convocados pela voz E sу por acaso soam a tristeza (Refrгo)