Murmura a maré no casco Os pescadores conversam À porta do tasco Fumando um cigarro forte As velhas cosem as redes Cheirando o vento norte E vão sentido pela espinha Uma nevralgia de morte Há um jovem pescador A trincar dedos cortados Pela sediela fina Segura na mão a amarra E despede-se da mulher varina Que lhe abotoa a samarra Diz com a mão no puxo a afagar Nunca tires a aliança Tem o luto sempre à mão Fico contigo na lembrança E no esmalte do teu casacão